Contraf-CUT indica aprovação de Relatório Anual da Cassi
15/05/2020
Apesar de indicar a aprovação, entidade critica decisões da diretoria e do conselho deliberativo que penalizaram os associados
A votação do Relatório Anual da Cassi de 2019 começou na sexta-feira
(8). Os associados, tanto da ativa, quanto aposentados, podem votar até o
dia 15 de maio pelo site da entidade, onde também têm acesso ao relatório na íntegra e a um manual de votação. A votação também pode ser realizada pelo aplicativo da Cassi para celulares, pelos terminais de autoatendimento do Banco do Brasil e, quem é da ativa, pode votar pelo Sistema de Informações Banco do Brasil (SisBB).
A
Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro
(Contraf-CUT) e a Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do
Brasil (CEBB) indicam a aprovação do relatório por entender que o mesmo
espelha, de forma adequada, o balanço e as contas do exercício de 2019,
ambas aprovadas pelo Conselho Fiscal da entidade.
Mas, o
coordenador da CEBB, João Fukunaga, salienta que o resultado positivo do
balanço só foi possível graças à negociação com o banco, feita pelas
entidades sindicais e representativas, sob a coordenação da Contraf-CUT.
“Estas
negociações produziram a reforma estatutária que foi aprovada por 2/3
dos associados e que garantiu o aporte pelo banco de mais de R$ 1 bilhão
em 2019, sem a contrapartida dos associados. Caso contrário, a Cassi
teria fechado no vermelho e a direção fiscal decretada pela ANS (Agência
Nacional de Saúde Suplementar) não teria sido suspensa”, observou
Fukunaga. “Portanto, foi o esforço das entidades representativas do
funcionalismo nas negociações com Banco do Brasil que salvaram a Cassi, e
não a confiança dos associados na diretoria, como afirmou o ego do
presidente da entidade na live sobre o relatório anual”, completou.
“Afinal,
se fosse a confiança na diretoria indicada pelo BB e naqueles eleitos
pelo banco, o associado teria aprovado a reforma estatutária de 2018
quando o banco rompeu as negociações e levou à votação um estatuto que
retirava direitos dos associados, uma perda escrachante para o BB, para o
atual presidente da Cassi e para o diretor eleito Samurai”, finalizou
Fukunaga.
Apesar da indicação da aprovação do relatório anual
pois os números apresentados refletem a realidade, vale ressaltar
críticas com o que o relatório é omisso e mesmo a postura da diretoria
da Cassi quanto às indagações dos associados e das entidades
representativas.
A Contraf-CUT também critica as tentativas da maioria da diretoria e
do conselho deliberativo da Cassi que, no início de 2019, aprovaram, à
revelia dos associados, um aumento na coparticipação em consultas e
exames em percentuais. Esses aumentos penalizam os menores salários e
até hoje perduram.
Muito disso reflete na diminuição de
utilização de exames e entre outros apontada pelo relatório anual.
Lembrando que o aumento de coparticipação somente onera o associado uma
vez que o Banco do Brasil não é atingido por essa medida, assim fica
fácil os indicados do banco votarem por esse aumento, mas não o eleito
pelo associado. Outra crítica da Contraf-CUT é com relação à decisão do
diretor eleito Satoru em retirar receitas da Cassi e assim reduzir o
valor cobrado pelo programa de saúde ocupacional, desonerando o banco e
reduzindo receitas da entidade.
Estratégia Saúde da Família
O relatório é omisso quanto à expansão ou não da Estratégia de Saúde
da Família e quanto ao Modelo de Atenção Integral à Saúde. “Esperamos
que a diretoria e conselho deliberativo da Cassi defendam de fato os
associados e entendam que este modelo é a única salvação da Cassi, como
sempre apontou vários diretores eleitos e inclusive a consultoria
Accenture, contratada pelo BB e que validou esses programas”, afirmou
Fukunaga. “Não podemos nos curvar a entender a saúde como despesa a ser
cortada, mas sim um programa de prevenção a ser ampliado. Não podemos
cair nos interesses do banco, cair na tentação da redução de custos e
abandonar estes serviços, que contribuem para a manutenção da saúde dos
associados e seus dependentes”, ponderou Fukunaga.
O coordenador
da CEBB também constatou a redução do Programa de Assistência
Farmacêutica, com corte radical na lista de medicamentos cobertos pelo
Programa. “O programa não deve ser considerado como benefício, mas como
uma política de prevenção de saúde. O interessante que quem está
cortando é um diretor eleito pelos associados”, observou.
Redimensionamento da rede assistencial
Fukunaga diz, ainda, que a Cassi revisou a rede de prestadores,
alegando que o objetivo era elevar a qualificação da oferta de
credenciados, considerando as necessidades dos participantes em relação
aos serviços de saúde. A busca de parceiros alinhados ao modelo de
atenção integral à saúde preconizado pela Caixa de Assistência e à
sustentabilidade do plano resultou na inclusão de 1,1 mil novos
prestadores e no descredenciamento de outros 3,8 mil. O ano encerrou com
30,7 mil credenciados.
“Não tem nada de elevar a qualificação da
oferta. Trata-se de redução da rede. Existe uma meta de redução de rede
fixada e cobrada dos gerentes de unidades. E, agora, estão com
problemas, porque a covid-19 mostrou que a redução da rede é perigosa.
Não há rede em várias cidades do interior e eles promoveram corte de
credenciados, reduziram cerca de 5 mil credenciados. E não foi para
buscar parceiros alinhados. Foi corte linear, sem critérios definidos,
porque eles acham que a redução da rede diminui as despesas. E agora o
corte de hospitais pode significar perda de leitos em tempos de covid”,
criticou o coordenador da CEBB.
Cobrança de contribuições do BB
O relatório afirma que a Cassi iniciou, no final de 2019, um projeto
piloto no Distrito Federal requerendo, em um grupo pré-definido de ações
trabalhistas coletivas dos funcionários do Banco do Brasil, o direito
de receber percentual referente às contribuições patronal (4,5%) e
pessoal (4%) dos reclamantes, na hipótese de haver condenação em verbas
incluídas no conceito de proventos gerais.
Fukunaga diz que não
há a necessidade de piloto como vende o presidente da Cassi. “Bastaria a
Cassi entrar na Justiça pedindo que o BB recolha a demanda, afinal é
isso que se espera do presidente da entidade e não a vender favas”,
disse.
Fonte - CONTRAF-CUT
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